quinta-feira, 20 de julho de 2017

O sofrimento dos profissionais contratados em Macau

Ao me deparar nas redes sociais com esse triste relato nas imagens que ilustram este texto, e ao pensar na situação das pessoas contratadas pela prefeitura de Macau que estão alguns há 4 meses sem receber salários, outros fornecedores e prestadores de serviços, que não receberam sequer 1 real da prefeitura neste ano, resolvi escrever esse texto falando do que é preciso fazer para tirar Macau do caos financeiro e administrativo em que se encontra.

A conclusão que cheguei é de que para tirar Macau deste caos financeiro e administrativo são necessárias pessoas com qualificação técnica atuando nas áreas de administração, finanças, planejamento, tributação etc. Mas não basta apenas que estas pessoas sejam contratadas, é preciso também que o prefeito ouça atentamente os conselhos, dicas, sugestões e pareceres que estas pessoas tenham a ofertar pelo bem do município, senão nada adianta contratar profissionais capacitados se o prefeito não pratica o que estes o dizem.
Mas infelizmente o que vemos em Macau hoje, principalmente depois da reforma administrativa, é a concessão de cargos comissionados a apadrinhados políticos em detrimento de pessoas com experiência profissional e capacidade técnica de desenvolver um bom trabalho e resolver os problemas da cidade. Vale lembrar que a reforma administrativa extinguiu os cargos técnicos e os transformou em assessores especiais que não precisam terem formação técnica ou acadêmica para exercerem o cargo, basta algum padrinho político indicar, independente se a pessoa sabe exercer a função ou não. Isso é um retrocesso que nunca aconteceu na história de Macau e provavelmente em nenhum lugar do Brasil, pois a tendência é que as coisas evoluam a medida que o tempo passa, mas macau só regride ano após ano.
Com isso, hoje os macauenses sofrem pela má administração de gestões passadas e pela má administração e falta de critério de escolha profissional da atual gestão.
Como não há perspectiva alguma de uma mudança nesse cenário político profissional e também não há previsão do aumento de receitas a tendência é de que a situação piore ainda mais, infelizmente.
E relatos como estes de pessoas passando necessidades, sendo despejadas de suas casas, tendo sua energia e fornecimento de água suspensas se tornem cada vez mais corriqueiras. Sem falar no fato de que aqueles que ousam questionar sobre os salários atrasados são sumariamente demitidos, como vários relatos que já são de conhecimento público na cidade de Macau. 




Ao ler este depoimento me lembrei do poema O Bicho, de Manuel Bandeira, e numa pesquisa encontrei esta outra poesia semelhante de Nanci Laurino chamada A Dor da Fome, que relata bem a situação de vários macauenses hoje.

A Dor da Fome

A Fome para muitos pode ser assunto distante,
Mas para outros, ameaça constante.
Dor da fome é dor da morte.
Quem não a passou não sabe, é de sorte.
Essa dor é mais que intensa,
Tem que haver a sobrevivência
Junto a ela também vem a dor social,
Humilha maltrata, levando ao triste final.
Lutemos pela vida, dignidade, igualdade.
São gritos de crianças, pais aflitos,
Em um Mundo de desigualdades.

Nanci Laurino

É isso aí!

Por Leandro de Souza

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