sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A improvável - e quase impossível - eleição de Eduardo Lemos em 2020. Por Mateus Rudnick

Cndidato em 2004,2006 e 2012, o médico Eduardo Lemos pode estar caminhando em direção à sua quarta disputa eleitoral. 

Derrotado nas três ocasiões anteriores, o médico tem pela frente a uma disputa acirrada, moderna – com a ascendência das redes sociais – e imprevisível, mas que, analisando friamente, deverá ser para ele a mais improvável e impraticável eleição já disputada, levando em consideração diversos fatores. Tudo conspira contra o médico.

O médico Eduardo Lemos possui hoje uma série de desvantagens e ‘embaraços políticos’ que o impedem, fatalmente, de chegar à tão sonhada cadeira de Prefeito da cidade salineira.

Primeiro: Eduardo é integrante do PC do B, e embora o partido tenha elegido o Vice-Governador do estado e apesar do médico contar com a simpatia da Governadora Fátima Bezerra, ele não deve ter vida fácil, menos ainda o caminho livre, para conseguir “a benção” de Fátima, como seu escolhido na cidade do sal. O PT macauense – partido de Fátima - já ensaia uma candidatura própria para o próximo pleito.

Segundo: Falta de capital político. Afastado das disputas eleitorais na cidade desde 2012, o médico hoje conta ao seu lado com uma minúscula fração do grupo e poder político que já teve outrora. Hoje, Eduardo não é unanimidade sequer na família, onde teria, em tese, que disputar os votos dos amigos, correligionários e até familiares, diretamente com o primo e atual Prefeito Tulio Lemos.

Terceiro: Mesmo rosto, mesmo nome, mesmo discurso. O cenário político e o povo macauense já deram diversos sinais de que irão encabeçar uma “renovação” atrás da outra até que “acertem” e alcancem o desempenho administrativo que almejam, e Eduardo, que está há 15 anos pedindo votos em troca de promessas, é visto por muitos como um retrocesso, arcaico – embora eu não acredite que assim o seja – e “mais do mesmo”. 
O médico está saturado e pagará eleitoralmente por isso.

Quarto: Candidato Copa do Mundo. Residente na capital há décadas, o médico enfrentará também a resistência daqueles que repetem e reclamam que o médico só aparece na cidade de quatro em quatro anos para “pedir votos”. Comportamento similar ao da candidata à presidente Marina Silva, que some sempre ao final da apuração dos votos em que é derrotada, e só “ressuscita” quatro anos depois.

Quinto: Eduardo de 2006 x Eduardo de 2008. Uma das maiores - se não a maior - polêmicas da recente história política macauense foi a virada de mesa protagonizada pelo médico e o ex-prefeito macauense Flávio Veras, que ocorreu no pleito de 2008 quando o médico que dois anos antes era o maior adversário político e crítico ferrenho do Ex-Prefeito “virou a casaca” e se aliou ao seu arquirrival, garantindo a ele sua eleição e com isto, acabou perdendo, até esta data, milhares de eleitores, amigos e apoiadores. Prova disso foi a diferença abissal das votações conseguidas pelo médico em 2006 e posteriormente em 2012, onde ele teve pouco mais de mil e oitocentos votos.

Por fim, analisando todos esses fatores e a forte concorrência que virá pela frente, imposta principalmente pelo seu primo Tulio Lemos, é seguro dizer que é praticamente impossível e muito improvável, que Eduardo Lemos seja eleito Prefeito de Macau no próximo ano. Eduardo, se for o sábio que aparenta ser, deve mais uma vez se contentar em ser um mero espectador, à distância, do cenário político macauense.

Mateus Rudnick.

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