terça-feira, 21 de maio de 2019

A culpa não é do MP por não afastar Túlio, a culpa é de 9115 eleitores que colocaram ele no poder.

O que mais ouvimos e lemos na cidade de Macau atualmente em relação a política local, é que o Ministério Público está omisso em relação a péssima administração municipal.

Esta afirmação é dita constantemente na Câmara dos vereadores, em rodas de conversas e principalmente nas redes sociais. Para discorrer sobre o assunto quero trazer um trecho de uma entrevista dada pela Drª Isabel Siqueira de Menezes, Promotora de Justiça, a um jornal local, anos atrás durante o auge da operação Máscara Negra, que apurou desvio de recursos públicos e superfaturamentos em eventos festivos. Vejam a fala da promotora transcrita no jornal: "Não me sinto responsável pela situação. O macauense é idôneo e vota em quem acha que deve. Se ele vota em uma Câmara ineficiente que não fiscaliza, é escolha democrática do cidadão. Toda ação tem uma consequência e o lugar de fazer escolha é na urna".
Este entendimento da Promotora continua até os dias de hoje e aplica-se perfeitamente a atual situação administrativa de Macau e a forma de agir do MP no município. Está claro que o MP não irá interferir na política local, pedindo à justiça o afastamento do prefeito Túlio Lemos por ele estar sendo um péssimo administrador, para o MP tomar tal atitude não bastam denúncias no órgão ministerial de atraso de salários, falta de medicamentos, ruas escuras e esburacadas etc. O MP só irá agir da forma que a maioria do macauense querem caso chegue ao MP provas contundentes de corrupção praticadas pelo prefeito, seja de superfaturamento, desvio de recursos, enriquecimento ilícito etc. Até agora àqueles que denunciaram ações erradas da prefeitura no MP, não apresentaram provas contundentes segundo o entendimento dos promotores que pudesse ocasionar um pedido de afastamento do chefe do poder executivo.
Dessa forma fica claro que o Ministério Público assim como Pilatos lava as mãos e acha que já fez sua parte sobre o caos administrativo que Macau se encontra e cabe ao povo escolher melhor seus representantes e principalmente, o MP deixa a cargo da Câmara dos Vereadores tomar medidas contra a má administração pública municipal.
Além disso, outro fato pesa, e muito, na hora que o MP imagina tomar uma medida mais rígida que tire do cargo o prefeito Túlio Lemos, o seu vice, Rodrigo Aladim.
Está claro também que de forma alguma o MP pretende dar uma brecha para que gestores do passado condenados por irregularidades no trato da coisa pública tenham novamente vez e voz na prefeitura de Macau. Rodrigo não tem culpa alguma pelos superfaturamentos descobertos em gestões passadas, mas paga o preço por ter sido visto sempre como grande aliado do ex prefeito Flávio Veras, chegando a ser chamado de "Caborezinho" em alusão ao apelido de "Caboré" que Flávio é conhecido.
Essa visão do MP em relação ao vice prefeito é injusta e rasa. Rodrigo se tornou vice prefeito por méritos próprios, ele é uma liderança política em Macau graças ao seu próprio esforço e trabalho, caso fosse ligado ao passado obscuro das irregularidades de Macau, o mesmo estaria sofrendo as mesmas punições que o ex prefeito Flávio Veras está sofrendo por exemplo, mas não está, Rodrigo cresce seu próprio nome independente de gestores passados, isso devia ser visto pelo MP, Rodrigo é vítima, injustamente, de um estigma que o MP criou contra todos os amigos e aliados do ex prefeito Flávio Veras, todos são vistos com maus olhos, mesmo que não pese nada contra eles na justiça. Túlio quando convidou Rodrigo para ser seu vice na chapa de 2016, atirou no que viu e acertou no que não viu, hoje, mesmo rompidos politicamente, mesmo sem interferir na gestão do prefeito Túlio Lemos, Rodrigo dá sustentação a permanência do prefeito no cargo pelo simples fato dele ter proximidade com Flávio, pelo simples fato dele ser Rodrigo Aladim, e isso é injusto, pois ninguém pode pagar pelos erros dos outros.
E de quem é a culpa do atual desmantelo administrativo perdurar se não for do MP? a resposta é simples, dos 9.115 eleitores que elegeram o prefeito Túlio Lemos.
Como disse Drª Isabel, cada escolha tem uma consequência e o povo precisa enfrentar a consequência de ter escolhido Túlio Lemos para prefeito entre 2017 a 2020. Mas isso não significa que o povo tenha que aguentar essas consequências calado, parado, feito água que serve para criadouro de mosquito da dengue.
O povo precisa perder o medo, sair de trás do celular e ir protestar, ir as ruas, cobrar dos vereadores ações mais efetivas. Você que está lendo este texto, quantas sessões da Câmara você já assistiu esse ano? quantos protestos você participou? quantas greves você fez?
O povo tem que parar de se esconder atrás de perfis nas redes sociais, ou blogs, ou apresentadores de programa de rádio. O povo precisa sair na chuva pra se molhar, dar a cara a tapa, cobrar, exigir, reivindicar e colher os frutos das suas reivindicações transformados em direitos adquiridos.
O poder emana do povo e deve servir para o povo, talvez tenha sido isso que Drª Isabel tenha querido transmitir: o povo é o responsável direto pelos seus representantes, se o povo colocou é o povo quem tem que tirar, seja através das ruas, da câmara ou da urna.

É isso aí!
Por Leandro de Souza  

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