A televisão brasileira está de luto. Aos 45 anos, morreu nesta terça-feira o apresentador Rodrigo Rodrigues, vítima de complicações decorrentes da Covid-19. O jornalista estava internado desde o último sábado na unidade de terapia intensiva do Hospital da Unimed, no Rio de Janeiro.
Com
o bom humor característico e a competência indiscutível, Rodrigo Rodrigues
deixou sua marca por onde passou. Desde janeiro de 2019 na Globo, o
apresentador conquistou a confiança de todos, e diversos colegas logo se
tornaram amigos também fora do ambiente de trabalho.
A
morte de Rodrigo abre uma ferida que vai muito além do profissional
insubstituível. Dentro e fora da Globo, dezenas de pessoas sentem a perda de um
amigo. E a família chora a partida de um parente que conquistou uma legião de
admiradores.
Apresentador
do programa Troca de Passes, Rodrigo Rodrigues testou positivo para o novo
coronavírus há pouco mais de duas semanas. Imediatamente, ele foi afastado do
trabalho para que pudesse se recuperar e cumprir o isolamento em casa, com
acompanhamento da equipe médica da Globo. No sábado, ele deu entrada no
hospital com sintomas como vômitos, desorientação e dor de cabeça.
De
acordo com o boletim médico do hospital, foi diagnosticada uma trombose venosa
cerebral, e o apresentador passou por uma cirurgia na noite de domingo para
aliviar a pressão intracraniana. Nesta terça, porém, ele não resistiu às
complicações.
Rodrigo
Rodrigues foi um dos grandes nomes da televisão brasileira nas últimas décadas.
Iniciou a carreira em 1995, na Rede Vida, embora só fosse ingressar na
faculdade de Jornalismo dois anos mais tarde. Em 2001, aceitou um convite da TV
Cultura para integrar a equipe do programa “Vitrine”, apresentado por Marcelo
Tas. Rodrigo ficou por lá até meados de 2003 e, na sequência, teve passagem
curta como repórter no SBT.
Já
em 2005, mudou-se para a TV Bandeirantes e, em seguida, retornou para a TV
Cultura, desta vez para ancorar o “Cultura-Meio Dia” ao lado de Maria Júlia
Coutinho. Ele permaneceu na função até 2010.
Em
janeiro de 2011, Rodrigo ingressou na área de onde não sairia mais: o esporte.
Assumiu a função de apresentador do “Bate-Bola”, da ESPN Brasil. Ganhou espaço
e admiração graças à forma leve e descontraída de transmitir informação aos
telespectadores. Entre idas e vindas, passou também pela TV Gazeta, pelo
Esporte Interativo e pela Rádio Globo antes de ser contratado pela Globo no
início de 2019.
Com
carreira consolidada, Rodrigo Rodrigues chegou à equipe de esporte da Globo
como reforço de peso. Começou com aparições em diferentes programas do SporTV e
apresentou em algumas oportunidades o Globo Esporte de São Paulo. Em agosto,
como mais um reconhecimento de sua competência, tornou-se âncora fixo do Troca
de Passes.
Dentro
e fora da televisão, Rodrigo Rodrigues tinha outra paixão que carregava desde a
infância: a música. Em participação no “Domingão do Faustão” em março de 2020,
ele contou que o interesse pelas artes começou cedo, com o desenho. Na
sequência, veio o violão.
Em
2008, Rodrigo montou a banda “The Soundtrackers”, especializada em tocar
trilhas de grandes sucessos do cinema. Guitarrista do grupo, ele dividia seu
tempo entre o jornalismo e a música. Também encontrava espaço na agenda para
escrever livros relacionados ao ambiente musical, como “As Aventuras da Blitz”
e “Almanaque da Música Pop no Cinema”.
Na
tela ou no palco, Rodrigo Rodrigues desempenhou suas funções com o brilhantismo
de um dos gigantes da comunicação brasileira no século 21.
Globo Esporte
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