Antes de começar a discorrer sobre o título do texto é de suma
importância esclarecer o que significa o termo político populista.
O Populismo é uma forma de governar em que o governante utiliza de
vários recursos para obter apoio popular. O populista utiliza uma linguagem
simples e popular, usa e abusa da propaganda pessoal, afirma não ser igual aos
outros políticos, toma medidas autoritárias, diz que é capaz de resolver todos
os problemas e possui um comportamento bem carismático usando de forma
exagerada a propaganda para divulgar suas ações de governo.
A política populista é conhecida pelo contato direto entre as massas e o
"líder carismático". Para ser eleito e governar, o líder populista
procura estabelecer um vínculo emocional com o "povo". Isso implica
num sistema de políticas ou métodos para o aliciamento das classes sociais mais
pobres, como forma de angariar
votos e prestígio para si, ou seja é o que comumente chamamos de pai dos
pobres, como era conhecido Getúlio Vargas.
Alguns exemplos de políticos populistas famosos são: Garotinho, Evo
Morales, Getúlio Vargas, Hugo Chaves, Lula, Paulo Maluf e recentemente Donald
Trump.
O Populismo é uma ideologia rasa que considera que a sociedade se divide
em dois grupos, o "povo simples" e a "elite corrupta", o
"nós" contra "eles". Esse discurso pressupõe que “os dois
grupos têm interesses irreconciliáveis e que sempre serão inimigos. Dessa forma o político populista passa
a usar discurso de que ele é o único que representa a voz de toda a população,
o que não é verdade; ora, se um líder político é o único representante do povo,
qual a necessidade de uma oposição e contrapesos do poder?
Voltando a realidade da Terra das Salinas temos acompanhado o prefeito
eleito Túlio Lemos realizando e participando de eventos pela cidade de cunho
exclusivamente populista, antes mesmo de assumir o cargo, são ações como doação
de alimentos, brinquedos, prestações de serviço do tipo cortes de cabelos e
serviços de manicure.
É importante para a população carente esse tipo de ação? É sim, sem
dúvida, pois Macau possui uma classe humilde que ainda precisa desse tipo de
ação, mas que seja feita de forma filantrópica e não por parte do governo.
Quando um governo passa a fazer doações de comida ao povo carente está
assinando um atestado de incompetência. O gestor ao entregar uma cesta básica a
um pai de família pobre deveria entregar junto uma carta de desculpas por não
ter sido capaz de tirar aquela família da situação de miséria como prometeu
durante a campanha; devia pedir desculpas por não ser capaz de gerar os
empregos necessários para que aquele pai de família pudesse trabalhar e
garantir o sustento da sua família sem precisar entrar em filas para receber
doações do poder público. A fila que o pai de família deveria enfrentar era a
do supermercado para fazer suas compras e pagar a despesa com o dinheiro ganho
com o suor do seu honesto trabalho, pois como disse Karl Marx, " o
trabalho dignifica o homem", e eu complemento dizendo que a esmola o
humilha. Um prefeito que foi eleito tendo como marca de campanha a inovação,
modernidade no modelo de gestão e uma forma mais atual de governar não pode
jamais retroagir e fazer do populismo sua linha de ação, isso seria ir de
encontro a todas as ideias e promessas de campanha que o fizeram ser eleito
pelo povo que hoje é alvo das ações populistas por Túlio praticadas.
Quando um gestor passa a adotar tais práticas acaba deixando de lado
medidas econômicas necessárias para alavancar o crescimento da sociedade que
governa, geralmente o governo deixa de investir nos itens básicos como segurança,
saúde e educação para investir em campanhas de auto promoção, para que o povo o
veja como "homem bom que está colocando comida nas nossas mesas". É
mais útil para a sociedade que o dinheiro do poder público gasto nessas
ações seja revertido em mais investimento na agricultura familiar ou na
atividade da pesca por exemplo, pois desta forma o cidadão começa a prover
meios para o seu próprio sustento sem precisar recorrer as ações sociais da
prefeitura.
Esse tipo de ação deve ser feita de forma filantrópica e separada do
poder público sem que isso seja motivo de vaidade, orgulho e vanglória, pois
Túlio Lemos, foi eleito como um político diferente, inovador, capaz de fazer
Macau sair do atoleiro de lama em que se encontra a bastante tempo. Túlio foi
eleito pelo povo para cumprir o que prometeu durante a campanha e nessas
promessas não estavam incluídas a volta de uma política retrógrada de décadas atrás em
que o povo faminto via o político que chegava com uma cesta básica para lhe dar
como sendo o salvador da pátria coisa que definitivamente Túlio não é, e nem
será.
Essa ideia de
salvador da pátria, de pai dos pobres não é mais concebível em pleno final de
2016. Túlio Lemos foi eleito para ser um gestor responsável com a coisa
pública, que pode até promover ações de filantropia, mas que seja de cunho
particular e não como obra do município, pois o município espera dele emprego e
renda e não filas para ser atendido numa tenda de manicure. E mesmo que essas
ações sejam de cunho pessoal e particular vale salientar o ditado bíblico que
diz mais ou menos assim: "Que
a mão esquerda não veja o que a direita fizer". Mas isso fica a cargo da
consciência de cada um.
Por enquanto essas ações sociais são válidas, tendo em vista que o
prefeito eleito ainda não assumiu, e mesmo quando assumir vai levar um tempo
para por em prática tudo o que ele prometeu, mas com o passar do seu mandato
esse tipo de ação não será mais vista com bons olhos, pois lembre-se Túlio
Lemos, você foi eleito para ser um prefeito inovador, você foi eleito para
ensinar o povo a pescar e não para dar o peixe ao povo quando julgar
necessário.
Seja o novo, seja o futuro, não caia na vala comum de se tornar um
prefeito populista, Macau não merece e nem precisa disso. É isso aí
Por Leandro de Souza
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