segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Túlio Lemos não pode se tornar um prefeito populista

Antes de começar a discorrer sobre o título do texto é de suma importância esclarecer o que significa o termo político populista.

O Populismo é uma forma de governar em que o governante utiliza de vários recursos para obter apoio popular. O populista utiliza uma linguagem simples e popular, usa e abusa da propaganda pessoal, afirma não ser igual aos outros políticos, toma medidas autoritárias, diz que é capaz de resolver todos os problemas e possui um comportamento bem carismático usando de forma exagerada a propaganda para divulgar suas ações de governo.


A política populista é conhecida pelo contato direto entre as massas e o "líder carismático". Para ser eleito e governar, o líder populista procura estabelecer um vínculo emocional com o "povo". Isso implica num sistema de políticas ou métodos para o aliciamento das classes sociais mais pobres, como forma de angariar votos e prestígio para si,  ou seja é o que comumente chamamos de pai dos pobres, como era conhecido Getúlio Vargas.
Alguns exemplos de políticos populistas famosos são: Garotinho, Evo Morales, Getúlio Vargas, Hugo Chaves, Lula, Paulo Maluf e recentemente Donald Trump.
O Populismo é uma ideologia rasa que considera que a sociedade se divide em dois grupos, o "povo simples" e a "elite corrupta", o "nós" contra "eles". Esse discurso pressupõe que “os dois grupos têm interesses irreconciliáveis e que sempre serão inimigos. Dessa forma o político populista passa a usar discurso de que ele é o único que representa a voz de toda a população, o que não é verdade; ora, se um líder político é o único representante do povo, qual a necessidade de uma oposição e contrapesos do poder?


Voltando a realidade da Terra das Salinas temos acompanhado o prefeito eleito Túlio Lemos realizando e participando de eventos pela cidade de cunho exclusivamente populista, antes mesmo de assumir o cargo, são ações como doação de alimentos, brinquedos, prestações de serviço do tipo cortes de cabelos e serviços de manicure.
É importante para a população carente esse tipo de ação? É sim, sem dúvida, pois Macau possui uma classe humilde que ainda precisa desse tipo de ação, mas que seja feita de forma filantrópica e não por parte do governo. Quando um governo passa a fazer doações de comida ao povo carente está assinando um atestado de incompetência. O gestor ao entregar uma cesta básica a um pai de família pobre deveria entregar junto uma carta de desculpas por não ter sido capaz de tirar aquela família da situação de miséria como prometeu durante a campanha; devia pedir desculpas por não ser capaz de gerar os empregos necessários para que aquele pai de família pudesse trabalhar e garantir o sustento da sua família sem precisar entrar em filas para receber doações do poder público. A fila que o pai de família deveria enfrentar era a do supermercado para fazer suas compras e pagar a despesa com o dinheiro ganho com o suor do seu honesto trabalho, pois como disse Karl Marx, " o trabalho dignifica o homem", e eu complemento dizendo que a esmola o humilha. Um prefeito que foi eleito tendo como marca de campanha a inovação, modernidade no modelo de gestão e uma forma mais atual de governar não pode jamais retroagir e fazer do populismo sua linha de ação, isso seria ir de encontro a todas as ideias e promessas de campanha que o fizeram ser eleito pelo povo que hoje é alvo das ações populistas por Túlio praticadas.


Quando um gestor passa a adotar tais práticas acaba deixando de lado medidas econômicas necessárias para alavancar o crescimento da sociedade que governa, geralmente o governo deixa de investir nos itens básicos como segurança, saúde e educação para investir em campanhas de auto promoção, para que o povo o veja como "homem bom que está colocando comida nas nossas mesas". É mais útil para a sociedade que o dinheiro  do poder público gasto nessas ações seja revertido em mais investimento na agricultura familiar ou na atividade da pesca por exemplo, pois desta forma o cidadão começa a prover meios para o seu próprio sustento sem precisar recorrer as ações sociais da prefeitura.
Esse tipo de ação deve ser feita de forma filantrópica e separada do poder público sem que isso seja motivo de vaidade, orgulho e vanglória, pois Túlio Lemos, foi eleito como um político diferente, inovador, capaz de fazer Macau sair do atoleiro de lama em que se encontra a bastante tempo. Túlio foi eleito pelo povo para cumprir o que prometeu durante a campanha e nessas promessas não estavam incluídas a volta de uma política retrógrada de décadas atrás em que o povo faminto via o político que chegava com uma cesta básica para lhe dar como sendo o salvador da pátria coisa que definitivamente Túlio não é, e nem será.
Essa ideia de salvador da pátria, de pai dos pobres não é mais concebível em pleno final de 2016. Túlio Lemos foi eleito para ser um gestor responsável com a coisa pública, que pode até promover ações de filantropia, mas que seja de cunho particular e não como obra do município, pois o município espera dele emprego e renda e não filas para ser atendido numa tenda de manicure. E mesmo que essas ações sejam de cunho pessoal e particular vale salientar o ditado bíblico que diz mais ou menos assim: "Que a mão esquerda não veja o que a direita fizer". Mas isso fica a cargo da consciência de cada um.


Por enquanto essas ações sociais são válidas, tendo em vista que o prefeito eleito ainda não assumiu, e mesmo quando assumir vai levar um tempo para por em prática tudo o que ele prometeu, mas com o passar do seu mandato esse tipo de ação não será mais vista com bons olhos, pois lembre-se Túlio Lemos, você foi eleito para ser um prefeito inovador, você foi eleito para ensinar o povo a pescar e não para dar o peixe ao povo quando julgar necessário.
Seja o novo, seja o futuro, não caia na vala comum de se tornar um prefeito populista, Macau não merece e nem precisa disso.    

É isso aí

Por Leandro de Souza

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